Observações sobre o dito nihilismo da concepção cristã da realidade
Resumo
O pensamento de muitos contemporâneos, especialmente de certos filósofos, sobre o humanismo do futuro é influenciado de modo decisivo pelas doutrinas do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. A crítica de Nietzsche ao cristianismo é constantemente repetida, atraindo cada vez mais adeptos. Até mesmo o fim do cristianismo é almejado em nome do verdadeiro humanismo: A maldição do cristianismo tornar-se-á bênçao apenas quando do fim do cristianismo, como afirmou um artigo filosófico de um importante periódico semanal alemão um tempo atrás. O postulado de Nietzsche segundo o qual a idéia cristã de realidade é em tese profundamente marcada pelo desprezo pelo mundo, que empobrece, é condenada, deprecia o valor das coisas , nega o mundo mais uma vez. Portanto, enfim parece ser o momento de seguir a advertência de Zarathustra: Irmãos
meus, tenham fé no mundo . A grandiosidade do mundo é reconhecida quando compreendemos sua indestructibilidade, que consiste no eterno retorno para o mesmo. O homem do futuro deve devolver ao mundo o seu final e ter esperança no homem . Além disso, tentarei expor a negativa idéia do mundo, ou nihilismo , como a característica preponderante da metafísica européia, como um todo no momento. Tal concepção histórica tem como conseqüência uma crítica fundamental do humanismo por inteiro atualmente. Inclusive, conduz a teorias sobre o fim do homem . Apesar disso, a consideração de certas idéias de Tomás de Aquino mostra que essa concepção da história do pensamento europeu, especialmente do conceito cristão de realidade, é unilateral, se não completamente falso. Tomás nos ensina: Simpliceter dicendum est, quod nihil omnino in nihilum redigetur . Sua idéia de criação encontra-se em amplo contraste com qualquer tipo de nihilismo . Embora isso já seja certamente conhecido, será mais uma vez
provado, com base na análise de duas reflexões de Tomás. Nesse sentido, são importantes os seguintes textos: S.Th., I, 104, 3 e 4; De Pot., 5, 3 e 4.